Pastor diz que 80% dos jovens que vão à igreja conhecem Jesus na internet
- 16/06/2025
Em um podcast recente, um pastor refletiu na influência das redes sociais na evangelização de jovens e destacou que “há um avivamento” ocorrendo nesta geração.
Conhecido por movimentos evangelísticos em Amsterdã, o pastor John Hofwijks e o evangelista Rob Veenstra conversaram sobre a influência do Evangelho em jovens holandeses que estão sendo apresentados a Jesus em grande escala por meio do TikTok.
Na ocasião, eles falaram sobre uma jovem influenciadora chamada Widia Soraya, que após abandonar a Nova Era para seguir Jesus, publicou seu testemunho de conversão no TikTok e viralizou.
"Ela me disse que havia sido atacada por demônios através de portas abertas em sua vida. Mas, o que ela compartilha agora é radical, real e esperançoso. E os jovens estão se juntando em massa", disse Rob no podcast da Revive.
A jovem foi batizada logo após a conversão e atraiu muitos outros para Jesus: “Isso causa uma boa impressão. Quando alguém como ela segue Jesus, muitos seguidores pensam: ‘Este não é o Jesus do passado. Ele é real’", explicou John.
‘Os jovens não querem apenas ouvir sobre Jesus’
Todos os sábados, o pastor realiza cultos e falou que os jovens estão formando filas para adorar a Deus.
"Tivemos que procurar um novo prédio. Muitas pessoas vão até lá e 80% delas vêm pelas redes sociais", disse ele.
Apesar de ter um grande alcance, o conteúdo online precisa ser curto, impactante e honesto, conforme o pastor, é “exatamente isso que atrai esta geração”.
“Tenho visto gerações surgirem e desaparecerem. Mas o que está acontecendo agora é diferente. Os jovens não querem apenas ouvir sobre Jesus, eles querem viver com Ele. Estão dispostos a abrir mão de tudo”, testemunhou John.
O evangelista Rob contou o exemplo de um músico cristão que, começou a cantar espontaneamente um louvor chamado “Em nome de Jesus nós vencemos” durante uma gravação na rua, ele viralizou nas redes sociais.
"Isso se tornou um sucesso nas redes sociais, em festivais e até em pubs. Quando 'Em nome de Jesus nós vencemos' é cantado por toda a Holanda, isso se tornou o gospel na linguagem das ruas de hoje", contou ele.
‘O avivamento não surgiu do nada’
Na conversa, os líderes cristãos afirmaram que esse avivamento não surgiu do nada: "O coronavírus nos preparou. Todos tiveram que recorrer à internet. E agora os jovens estão usando esse cenário digital para descobrir Jesus", afirmou John.
E Rob acrescentou: "Eles não querem mais superficialidade. Buscam autenticidade, conexão, respostas. E encontram isso em Jesus".
No entanto, ambos os líderes também alertaram: “Nem tudo o que é dito no TikTok sobre Jesus é bíblico. Precisamos ajudar os jovens a aprender a Palavra de Deus. É ótimo que eles estejam conhecendo Jesus, mas o discipulado é o próximo passo”.
A explosão de conteúdos devocionais no Instagram e TikTok está atraindo a Geração Z para a igreja nos últimos anos, segundo o Estadão.
Produzidos por influenciadores cristãos, vídeos com títulos “Como ler a Bíblia”, “Como orar”, “Como fazer um devocional” e “Arrume-se comigo para a igreja” invadiram as redes sociais e ultrapassou a bolha cristã.
Os conteúdos mostrando o estilo de vida cristão têm atraído milhões de seguidores e se tornaram uma forma da Geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) conhecer as diversas vertentes da fé cristã e as denominações evangélicas.
No TikTok, a tag #CristãoNoTikTok já possui mais de dois milhões de vídeos, seguido por 890 mil publicações com #Devocional e mais 870 mil posts da hashtag #JovemCristão.
Segundo o psicanalista e pesquisador de cultura e comportamento, Lucas Liedke, o fenômeno do “movimento devocional” é um sucesso porque ajuda a Geração Z e a Geração Alpha a lidar com suas dores e necessidades.
Lucas explicou que, desde a pandemia da Covid-19, as novas gerações enfrentam uma insegurança generalizada em relação ao futuro, e na fé cristã, elas encontram a segurança e estabilidade que tanto desejam.
“O aspecto de crise é inerente à condição de ser adolescente, que se intensifica ainda mais com os tempos que vivemos. As religiões, de muitas formas, ajudam a lidar com esse desamparo existencial”, afirmou o pesquisador ao Estadão.
A evangelista Christine Caine, que realizou reuniões de jovens ao redor do mundo, confirmou que os adolescentes estão procurando uma conexão autêntica e genuína com Jesus.
"Há um desespero. Uma sensação de 'Nosso mundo está fora de controle' e precisamos de algo maior do que nós mesmos para intervir nisso. Não queremos religião, não queremos guerras culturais. Queremos um encontro radical com um Deus vivo que fará a diferença na minha vida cotidiana'", explicou ela.
