Área de mata em Valinhos é abrigo para animais e plantas; conheça algumas espécies

  • 02/05/2024
(Foto: Reprodução)
Mata próxima ao bairro Paiquerê é lar para aves, roedores e primatas. Risco de obras preocupa moradores, que tentam transformar local em área de conservação. Espécie endêmica da Mata Atlântica, o sauá é muito ágil e hábil saltador Thiago Arruda Quem passa pela região do bairro Paiquerê, em Valinhos (SP), famosa pelos condomínios residenciais, não imagina que ali ao lado um universo diferente se abre: uma área de mata, com cerca de 90 mil m², é refúgio para centenas de moradores que escolheram o bairro próximo da natureza para morar. O loteamento dos Sítios de Recreio dos Cafezais é composto por chácaras e é um respiro verde em meio ao concreto. Basta um passeio pelo bosque que fica logo na entrada do bairro para os primeiros “encontros” acontecerem: o caxinguelê (Sciurus aestuans) é presença constante entre as bases de árvores, assim como os jacuguaçus (Penelope obscura) que surpreendem os visitantes, correndo pelas trilhas. O som do ambiente fica por conta das gralhas-do-campo (Cyanocorax cristatellus) e do gavião-carijó (Rupornis magnirostris). Sem contar as saíras-amarelas, sanhaçus e sabiás. Gavião-carijó é a espécie mais comum do Brasil e ocorre em todos os estados Thiago Arruda Além de ser casa para dezenas de espécies, o lugar contribui com o controle da poluição e do calor intenso da cidade, já que possui uma vasta sequência de árvores entre trechos de mata remanescente e outras extensões com mudas de replantio. No alto, primatas improváveis para o lugar, como o sauá, já foram fotografados por observadores de aves que frequentemente visitam o local. O saí-azul, ave considerada rara dentro das cidades, também já foi flagrada. “Sempre que venho passarinhar por aqui tenho algum encontro especial. Das últimas vezes encontrei a choca-da-mata (Thamnophilus caerulescens) e o joão-teneném (Synallaxis spixi)” conta o observador de aves e morador de Valinhos, Thiago Arruda. A choca-da-mata é vista frequentemente em bordas de matas e capoeiras entre ramos fechados das copas Thiago Arruda Além da prática da observação de aves, a mata urbana também é utilizada por ciclistas e demais moradores para caminhadas, corridas ou apenas para um momento de relaxamento junto à natureza. "Parte desta área era um verdadeiro lixão, mas os moradores recuperaram tudo com o plantio de mudas nativas ao longo de décadas", destaca Ronaldo Luiz de Alencar, vice-presidente da Associação dos Amigos dos Sítios de Recreio dos Cafezais e morador do bairro há 25 anos. Entre as espécies já plantadas pelos moradores no local estão: jequitibá, babosa-branca, pau-d'alho, ipê-amarelo, ipê-roxo, guaçatonga, tingui-preto, pau-ferro, jambolão, peroba-rosa, ingá, figueira, amora-do-cerrado, entre outras. Moradores do bairro durante plantio de mudas de árvores Theodor Knoch "Aqui recebemos a visita de muitos pássaros e outros animais silvestres. Percebemos que esse número tem aumentado visivelmente nos últimos anos, provavelmente por conta da destruição de outras áreas verdes dentro da nossa cidade", comenta o vice-presidente. Passado e futuro Os primeiros moradores começaram a mudar para as chácaras desta área no início dos anos 80. Em abril de 1994, foi criada a Associação dos Amigos dos Sítios de Recreio dos Cafezais (AASRC), com o objetivo de proteger a mata e reflorestar áreas que foram degradadas. Loteamento Sítios de Recreio dos Cafezais possui cerca de 90 mil m² e e é refúgio para centenas de moradores que escolheram o bairro próximo da natureza para morar Google Maps Recentemente uma preocupação tomou conta dos moradores do bairro: o risco de que uma parte dessa área verde possa ser transformada em uma via asfaltada, no intuito de melhorar o trânsito na região. Segundo a prefeitura, a implantação da faixa não está nos planos da atual gestão e nem consta no projeto original do Plano Diretor do município. O que existe é uma emenda sobre a proposta, aprovada na Câmara de Vereadores. No entanto, a administração municipal informou, via assessoria de imprensa, que a obra não será realizada neste mandato. Os moradores, por meio da diretoria da associação, devem pedir ajuda do Ministério Público para acompanhar o caso para tentar garantir que a área seja protegida. Isso já tinha sido feito antes da emenda aprovada pela Câmara Municipal e por isso o pedido será reforçado. Eles solicitaram ainda à prefeitura e à câmara a classificação da área verde como Área Estratégica de Conservação (AEC), mas ainda não tiveram retorno. Para um outro morador do bairro, o empresário Roberto Zimmermann, não há necessidade de desmatar a área verde para melhorar a mobilidade urbana. Ele acredita em outras soluções que não envolvam mexer em um local tão importante para a vida silvestre da cidade. A saíra-amarela costuma frequentar comedouros e árvores com frutos maduros, como a aroeira-vermelha e magnólias Thiago Arruda Para o biólogo Luciano Lima, que visitou a área recentemente para uma gravação do Terra da Gente, o espaço é um novo lar para animais que perderam seu habitat e deveria ser valorizado como ponto de contemplação da natureza. “Aqui poderia ser um parque natural para as pessoas poderem conhecer mais sobre as plantas e animais que existem aqui. Seria uma ótima oportunidade de fazer toda a cidade conhecer esse espaço e cuidar dele”, afirma. VÍDEOS: Destaques Terra da Gente Veja mais conteúdos sobre a natureza no Terra da Gente

FONTE: https://g1.globo.com/sp/campinas-regiao/terra-da-gente/noticia/2024/05/02/area-de-mata-em-valinhos-e-abrigo-para-animais-e-plantas-conheca-algumas-especies.ghtml


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